segunda-feira, 7 de junho de 2010

Estranhos íntimos

Depois de um ano sem se veem, ela manda um e-mail direto e cordial. O outro responde logo, mais direto ainda. Como se todos os dias e noites de trocas de juras eternas de amor não tivessem existido. Como se não tivessem se completado. Como se não tivessem existido diálogos silenciosos apenas com os olhares. Como se tudo o que se passou, fosse apenas sonho. Se não fossem as fotos, seria realmente difícil de acreditar que tudo aconteceu.
De alguma forma, ela se sente feliz por ter sido amada dessa maneira. Sente o fato de que não foi pra sempre. Mas foi amada de uma forma tão sincera e cúmplice, e quente, e completa, que prefere ter tido a oportunidade de ter um amor tão lindo em suas mãos, do que nunca ter sentido nada parecido. Mesmo que esse amor tenha escorrido entre seus dedos como areia. Mesmo assim, sorri quando lembra dos dias, dias tais que parecem tão distantes, como se fossem em outra vida, quando pára para fumar um cigarro na sacada, vendo do 7º andar o tráfego intenso de carros e pessoas lá embaixo.
De qualquer forma, a vida segue fácil para ela e para ele. A partir desses e-mails, a sentença é finalizada. Ela espera realmente que ele seja feliz, e, quem sabe um dia, amar e ser amada mais e mais. Se é que isso ainda seja possível.

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